Deixo verter em lágrimas a dor que não sei explicar
O ultraje que consome minh’alma e pretende me levar
Desaguo em gotas salgadas a emoção presa no peito e que insiste em
aflorar
Deixo pingar de meu queijo a dor que não consigo evitar
Mas será que quero evitar?
Olho no espelho e vejo escoar algo que me preenche
Um vazio profundo assume seu lugar.
Caminho pelas pétalas mortas em função de alguém a quem encontrar
Fundindo o passado e o presente tentando não me deixar levar
Pelas águas negras que ameaçam me afogar
Afundo buscando ajuda, levanto a mão e não há um mísero ser pra me
puxar
O ar abandona meu peito. A dor sufoca e a garganta aperta... quer
apenas gritar
O medo enrijece a alma e as pernas se quebram em cacos que não posso juntar.
Ouço o gotejar vermelho que flui
de um coração que desiste de pulsar.
As batidas diminuem, o correr das águas aumenta, ilusões assombram o
luar
E me impedem de enxergar. Tudo é dor. É um banquete servido ao luar. Eu
evito olhar.
Desvios os olhos daquele que já foi o mais lindo sonhar.
Uma gota cai, solitária. Ela brilha e anuncia que, enfim, a dor vai
acabar!
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Kamila Mendes
Marcadores: Poesia