Pequeno Conto


Era uma garota normal, em crise existencial, que nunca me encaixei em padrão algum. Mal humorada e irônica, levava a vida sem acreditar em sonhos ou contos de fadas. Não tinha muita esperança quanto ao futuro. Até o dia que o vi pela primeira vez. Como se nunca tivesse vivido antes, me tornei uma nova pessoa. Ao me olhar no espelho percebo as mudanças. 

A viagem foi como um caleidoscópio de cores infinitas, vivas. Os cheiros, o toque. Tudo era novo. Minha vida mudou. Os sonhos renasceram. Mas a poeira doentia da malícia e da cobiça vieram sobre Nárnia. Aslan me levantou de onde caí. Me deu uma missão a qual não estou certa de poder cumprir.

Os ventos gélidos com cheiro de sangue e suor chegaram até mim e em sonhos vi. Vi os antigos reis, vestidos em glória, segurando espadas e sangue escorrendo e manchando a terra. O sangue era meu? Caspian em pé, com sua armadura de aço bruto e escuro, em meio a corpos que jamais vi. Onde está a magia perfeita de Nárnia? Nunca me disseram, nas antigas histórias e baladas, que a guerra seria assim.

Vultos passam ao meu redor, como se estivesse presa em um espaço de tempo diferente. Observo o campo de batalha e vejo a fúria do rei inimigo. Vejo-o vindo em minha direção e o gosto de sangue escorre pela minha garganta. Penso nos pequenos animais que deram sua vida por acreditar em mim. Serei eu capaz de reinar? Sou eu a futura rainha desta terra? Enquanto Arã ergue a espada diante de meu Rei. Meus olhos se fecham e parece não haver mais continuação para mim. A única coisa que vejo é um fulgor dourado queimando meus olhos. Seu doce hálito perto de meu rosto e a certeza de que não morrerei em vão.

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