Olhou para as mãos. Por fora limpas, por dentro manchadas de
sangue. Alegria em seu rosto sumiu, desmanchada pelas grossas lágrimas que
desciam pelas maçãs do rosto. Fechou os olhos, lamentou
profundamente ter dilacerado seus sonhos e se jogou.
Permitiu a si mesmo sentir o vento batendo em seu rosto e
bagunçando seu cabelo. Gritou em desespero. A velocidade açoitando seu rosto e
membros. Não tinha certeza, mas não imaginou que o fim seria assim.
Quando chegou ao topo da montanha e viu abaixo de si o precipício,
imaginou que a morte viria rápida como um relâmpago, não lerda como uma lesma.
Sentia passar diante de si os momentos tristes e felizes que vivera. Viu também
as oportunidades que desperdiçou. Entre elas, Lavínia.
Os longos cabelos castanhos tremulavam com o vento. Como um
véu, cobriam sua costa. Lembrava o momento em que lhe dera as costas. Hoje
lamentava ter tido medo do amor.
Abriu os braços e desejou seus 18 anos outra vez. Um calor
repentino. Uma umidade familiar em seus lábios e pensou que o fim tivesse
chegado. Mas não havia dor, não havia mudança alguma. Nem céu, nem inferno.
Abriu os olhos e Lavínia estava diante de si. Seus grandes
olhos castanhos prendiam-se aos seus e lágrimas corriam.
- Você realmente
pensou que seria fácil se livrar de mim? Percorri campos e vales pra te
encontrar e com toda certeza não irei deixar que ponha fim ao nosso amor.
Fora tudo o medo que precede o fim. Imaginava ter pulado,
quando ainda estava de pé diante do abismo. Graças a vontade sem limites
daquela preciosa mulher, ainda poderiam ter uma vida juntos. Poderiam sonhar
outra vez.
OBS: O texto foi escrito por mim e é proibido seu uso ou cópia integral, ou de fragmentos, sem a autorização da autora. O mesmo vale para todo e qualquer conteúdo deste blog que seja de minha autoria. Sua cópia ou uso sem autorização é qualificado como plágio, sendo configurado como crime previsto no Código Penal. O infrator está sujeito as punições previstas no Art. 184 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40
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Kamila Mendes
Marcadores: Inspiração