Tive medo de te perder e por isso resolvi sofrer. Sofri o que nem deveria ter aceitado. Indiferença e abandono matam o coração, ou causam feridas doloridas. Feridas que custam a cicatrizar. Nunca a marca some, fica a cicatriz latente, avermelhada como se ainda estivesse inflamada. Suportei suas indecisões e crises. Fiquei ao seu lado quando nem mesmo você se aceitou. Escrevi cartas, poemas e canções (imaginárias). Fiz de você meu herói.
Como estava errada. Como amarguei dores e sofrimentos ,calada, diante de você para nada acontecer. Sonhei com contos de fadas e tive a mais dura realidade. Chorei. Sangrei por dentro. Sofri.
Me joguei no chão para ser sua tábua de salvação, mas você não queria ser salvo. Decidi levantar. Foi duro, porque o chão era confortável. Ergui pouco a pouco o meu corpo cansado e aflito. A cabeça foi a última. Até hoje, como se tivesse vida própria, separada do corpo, ela tende a pender. Com esforço a mantenho no alto. Olhar o horizonte ajuda.
Agora estou aqui olhando para essa página em branco. Contando uma história que já contei repetidas vezes.olhando no espelho e relembrando do rosto manchado de lágrimas que costumava ser o meu. E elas beiram minhas palpebras, querem romper as barreiras que as impus. Querem correr pela bochecha e se jogar no abismo que há entre meu queicho e o peito.
As impeso, engulo a dor empurrando, socando, enfiando goela a baixo uma sensação de tristeza que já não deveria existir. Mas essa sou eu, em constante luta contra mim mesma. Negando o ser frágil e debil que sou, lutando pela força e equilibrio que quero ter. Essa sou eu, quando lembro de você!
Deveria terminar aqui para soar poeticamente impactante. Mas a verdade é que já não sei se poetizar resolve. Já não sei se falar diminui a dor. Se chorar ajuda a resolver e alivia a tensão. A verdade é que as vezes dá vontade de correr da solidão. Dá vontade de me entregar a dor e ligar e pedir pra voltar. Mas sua resposta seria a mesma que a minha caso fosse o contrário. Não.
Então é aqui que lembro que sou uma dama. Não como as demais, não. Elas são chatas e delicadas demais. Perfeitas demais. Sou uma dama, ao meu estilo dramático, revoltado e risonho de ser. Não ando em saltos que se elevam além de arranha-céus e tão pouco meu ego se compara ao de Afrodite. Sou uma dama comum. Sou delicada e fragil na medida que amo andar de chinelo e assistir filmes e séries de horror. Sou uma dama misturada com criança, com muito de moleca, um tanto de sonhadora e muito de desilusão. Mas essa sou eu, quando esqueço de você.
Essa sou eu com e sem você!
OBS: Requiém significa - Prece pelos mortos. Música cantada durante os velórios ou simplesmente para homenagear os mortos.
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Kamila Mendes
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