Sentada num canto escuro,
encolhida, abraçando a si mesma. As lágrimas desciam como fontes desbravando o
deserto de seu rosto. O peito arfava rapidamente no esforço de não tornar
aquele momento em um espetáculo.
Queria ficar só, precisava ficar
só. Deveria ficar só.
E ela tentou calar. Tentou sufocar.
Levantou lentamente. Sentiu cada membro do seu corpo enrijecido. Era difícil levantar.
Mas difícil ainda era enxugar as lágrimas.
Andou pé ante pé. Sentiu o frio
dos ladrilhos percorrendo suas pernas e arrepiando todo o corpo. Os dedos
deslizaram pela parede fria, trazendo outro estremecimento. Acendeu a luz. Não se
assustou com o que viu diante de si. A imagem refletida no espelho era o
reflexo exato de sua alma.
As mãos tremulas tentaram limpar
o rosto.
Uma pontada no peito e já estava mais uma vez encolhida, chorando. Se derramando de dentro pra fora. Palavra alguma poderia definir o tamanho de sua dor. Uma luta, um conflito dentro de si, reverberava pelas pálpebras. Os soluços altos poderiam ser ouvidos por alguém...se houvesse alguém para ouvir.
Olhava ansiosa para o corredor a espera de alguém. Seu corpo se quebrava inteiro de dentro pra fora e nada, nem ninguém percebia. Dias dessa forma, meses com essa dor e apenas o silêncio a acompanhava.
Sentada sobre o chão duro e frio, costas contra a parede e pernas apertadas contra o peito. Sentia como se a qualquer momento pudesse se despedaçar. Qualquer brisa suave lhe tiraria o fôlego do peito.
Ninguém entenderia. Ninguém se quer notou. Percorria corredores lotados de gente, nenhum olhar se quer lhe transmitia amor.
Sentada sobre o chão duro e frio, costas contra a parede e pernas apertadas contra o peito. Sentia como se a qualquer momento pudesse se despedaçar. Qualquer brisa suave lhe tiraria o fôlego do peito.
Ninguém entenderia. Ninguém se quer notou. Percorria corredores lotados de gente, nenhum olhar se quer lhe transmitia amor.
Vergonha, dor, maldição!
Sentimentos contrários enchiam
seu peito, sua mente. Explodiam no corpo. Fechou os olhos e uma avalanche de
soluços a acometeu. Chorava copiosamente. O ar já não permanecia em seus
pulmões, era expulso pelos solavancos dos soluços e do arfar do choro copioso e
violento. Queria apenas uma mão descansando em sua cabeça.
Um colo, era pelo que ansiava. Apenas
uma demonstração real de amor. Algo palpável e doce como mel. Alguém para
abraçar, para se sentir cuidada e protegida. Alguém a quem pertencer!
OBS: O texto foi escrito por mim e é proibido seu uso ou cópia integral, ou de fragmentos, sem a autorização da autora. O mesmo vale para todo e qualquer conteúdo deste blog que seja de minha autoria. Sua cópia ou uso sem autorização é qualificado como plágio, sendo configurado como crime previsto no Código Penal. O infrator está sujeito as punições previstas no Art. 184 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40.
Kamila Mendes
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