... E ele me abraçou, senti o mundo rodando até sumir. Fui invadida
por uma ternura ingênua e uma vontade de jamais sair do lugar...o lugar ao qual
pertenço. Aconcheguei meu rosto em seu
ombro. Senti minhas bochechas queimarem e arderem a medida que o sangue pulsava
com mais força. Um sorriso foi se abrindo nos meus lábios. Escondi o rosto para
que não visse a lágrima tola, pendente em meus cílios.
Sorri e sussurrei, “esperei tanto por isso”. Seus braços me
prenderam com mais força, como se fossem duas correntes douradas de afeto. Me senti
protegida, amada. Respirei seu perfume, só para ter a certeza de que estava
gravado em mim. Queria me prender naquele momento por toda minha vida.
Senti seu queixo repousar no topo de minha cabeça. Senti seu
peito se encher com o ar que sorvia enquanto absorvia o perfume de meus
cabelos (ainda bem que havia vencido a preguça e tomado uma boa duxa antes de
ir ao salão =}). Aquela sensação era única: pertencer a alguém, se sentir parte
de algo maior. Alguém que não queria me usar, que não se sentia meu dono e que queria minha felicidade, mas do que a sua. Que me queria para sempre ao seu lado, como sua companheira, amiga, mulher, princesa, sua donzela.
Fechei meus olhos e a lágrima escapou. Sorri ao pensar que
aquele era apenas o pirmeiro de muitos abraços que viriam. Ainda coma acbaeça
escondida em seu peito, beijei sua camisa da forma mais carinhosa.Seu corpo
tremeu e seus braços se estreitaram ainda mais ao meu redor. Afundei meu rosto
mais ainda, como se ambos estivessem tentando absorver um ao outro. Era um
pedido de desculpas, silencioso e suave, como ele sempre fora.
Levantei o rosto. Com um dedo suave ele enxugou a lágrima
teimosa de alegria que trilhava um caminho através de minha maquiagem. Admirou-a
em seu indicador, me olhou de forma firme e disse: “que essa seja a última
lágrima que você derrame por mim, mas se houverem outras, me perdoe, vou tentar
te fazer a mulher mais feliz do mundo, ou então, chegar o mais perto disso o
possível!”
Sorri, senti uma felicidade explosiva envolver meu peito. Quis
beijá-lo, mas sabia que ainda não era a hora. Ele pôs as mãos nas costas de meu
vestido e ali ela repousou. Admirei o arco dourado e talhaado com desenhos de
flores que ele acabara de depositar em meu dedo anelar. (Era um sonho, só podia
ser um sonho). Nos viramos e, enfim, o reverendo proferiu as tão sonhadas
palavras. “Pode beijar a noiva!”
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Kamila Mendes
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