Começo a pensar que escrever as vezes possa ser loucura. De
fato, sempre me pergunto porque escrevo. Nunca achei uma explicação lógica ou
mesmo que me convencesse, mas é como se minha mente tivesse a necessidade de
explodir em milhões de pedaços sobre uma página de caderno ou uma folha de
word.
Os sentimentos parecem não achar que o coração e a confusão
da mente são suficientes para habitarem e resolvem se esvair pelos dedos
verborrágicos que digitam desesperadamente em busca de não perder uma palavra
nova, uma ideia se quer.
Muitas vezes olho para o que escrevo e descarto, utras
guardo na esperança de poder melhorá-las no futuro. Esses escritos, coitados,
permanecem guardados por tanto tempo que esquecem de si mesmos. Sim, o
que escrevo tem vida própria, ao menos na minha mente estranha.
Vivo aventuras, romances, dialogos, monologos que se formam
mais rápido do que consigo escrever. Imaginos
guerras, palácios em chamas, lindas dozenlas casando com seus principes de nascimento duvidoso. Imagino
a mente de pessoas que nunca vou ter a oportunidade de conhecer, porque vivem
dentro de mim. Contruo pontes, destruo romances, apenas para ver minhas
personagens crescerem. Pinto mocinhas diferentes, mais fortes, menos debeis,
menos sonsas.
Recrio mundos escritos por autores renomandos. Coitados, se
lessem o que faço com seu trabalho se revirariam na tumba. Amo escrever. Amo criar.
Sei fantasiar. Também sei falar do real, apesar de não gostar. Não me agrada
falar do que acontece hoje, nessa sociedade podre. Prefiro sonhar
Escrevo porque sonho. Sonho porque escrevo. Crio para mim,
crio para os outros. Dou asas a imaginação, mas a refreio quando vai além do
que suporto.
Uma vez me falaram 'você vive escrevendo'. Naquele momento estava debruçada sobre um caderno, na hora do intervalo. Até aquele momento, não havia percebido isso. Dias e noites escrevendo, já enfrentei. Assim como longas décadas
na frente do pc sem que uma mísera palavra fluísse. Dias de seca me pertubam
muito.
Escrevo porque sei sonhar. Porque quero conquistar meu lugar
na mente do leitor avido por novidade, ou pela mesmice de sempre, mas com um
toque diferente. E com rimas simples desenvolvo esse desabafo, essa reflexão,
apenas pra seguri em me perguntar: Por que escrever? Por que continuar?
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Kamila Mendes
Marcadores: Reflexões