As gotas outrora delicadas, agora descem em profunda
confusão e agonia. Machucam a terra onde caem, revolvendo o terreno onde se
debatem contra o solo. O barulho tal qual milhões de vozes a soar é interrompido
pelo poderoso estrondar do trovão.
E a fúria se revela. A natureza parece colapsar diante de
olhos assustados. Já não são mais gotas a descer beijando rostos apaixonados e
irrigando o solo necessitado. São agora cascatas violentas descendo e lutando
contra qualquer obstáculo que interrompa seu fluxo terreno.
Arvores caem diante da força assombrosa dessa governante tirana,
outrora delicada princesa. Lagos rompem seus limites, rios invadem cidades. A
velocidade com que cobrem terra, asfalto, volvendo areia e levando carros é
atordoante.
Casas submersas, famílias separadas. Tudo por que seu lar
foi abalado. Então o vento do sul vem
com sua voz mansa e constante, lutando contra a brutalidade do Norte, lembrando
a guerreira de como era bom ser doce e suave.
Ela se cala diante da majestade que se põe diante de
si. Acompanhando o Sul, a estrela
brilhante, irradiando calor nasce. Se coloca a sua frente e confronta sua
fúria. Diante do calor soberano e da calmaria que vem do sul, ela se cala.
A raiva se esvai, mas o dia continua cinza, apesar dos raios
de calor. O dia cinza reflete seu humor: talvez culpa pela destruição, amargura
pela dor, ou somente vergonha por ter esquecido quem era.
Suas gostas descem agora suave, porém grossas e doloridas,
expressando sua dor... com o tempo diminuem e viram gentis pingos, demonstrando seu amor e vontade de reconstruir
o que devastou.
OBS: O texto foi escrito por mim e é proibido seu uso ou cópia integral, ou de fragmentos, sem a autorização da autora. O mesmo vale para todo e qualquer conteúdo deste blog que seja de minha autoria. Sua cópia ou uso sem autorização é qualificado como plágio, sendo configurado como crime previsto no Código Penal. O infrator está sujeito as punições previstas no Art. 184 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40
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Kamila Mendes
Marcadores: Inspiração