Algumas distâncias são maiores que as outras, por mais que o espaço de tempo entre elas seja pequeno. Cada despedida é única. Aquele aperto no coração, a vontade de ficar protegida no abraço apertado. Vontade de se esconder do mundo ali.
Então a despedida dolorida se transforma em saudade. Você sente aquele perfume familiar alcançar sua alma e não sabe de onde vem. Olha para todos os lados, até que uma briza suave bate e você percebe que o cheiro está "grudado" em seu cabelo.
E cada vez que a saudade bate, você, discretamente, puxa uma mecha solta de cabelo e inala a fragrância com tanta força e se entristece ao perceber que o cheiro já não está lá.
Mas pior que a distância apaixonada é a distante indiferença. Estar lado a lado com a pessoa e não sentir uma intimidade sequer. Não encontrar nada para conversar. É como se sentir só em uma casa repleta de gente: é um lugar conhecido que não traz o minimo conforto.
Chegar em casa depois de um dia cheio e cansativo e não receber um sorriso bem vindo ou um abraço amigo. Essa é uma distância que mata e muitos relacionamentos morrem assim.
Antes amigos inseparáveis. Amantes unidos pelo desejo mútuo de fazer o outro feliz, hoje inimigos que dividem a vida. Antes havia a ansiedade de esperar pelo outro, frio na barriga, mão suada e o beijo esperado. Hoje, é apenas suportável dividir o mesmo cômodo.
Então se perguntam: Como terminamos assim? Porque o marasmo tomou conta e já não mais prazer na companhia? O estar juntos se tornou hábito e nada mais!
A resposta está no comodismo de saber que o outro vai estar lá. Não existe mais a vontade de surpreender, agradar e inovar. A morte do amor está na indiferença. A pior distância é aquela que se vive lado a lado!
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Kamila Mendes
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