Podia chamar de mágica, mas como não acreditava em magia, bruxos, fadas e afins, começou a negar esse fato e o ignorou por anos até que já não podia mais esconder.
Andando pelas ruas, praticando caminhada como sempre fazia, observava as pessoas e a cor ao redor delas. Não se tratava de aura, pois também não acreditava nisso, era algo mais. Algo que podia sentir latente nela.
Era observar alguém com mais atenção e o formigamento começava e se não mudasse o foco de sua mente, o estrago estava feito. Aconteceu naquela tarde, depois de muito tempo.
Caminhado pelo parque, notou uma garotinha chorosa, observou-a e não conseguiu tirar os olhos dela. Não percebeu quando o formigamento começou, e como não acontecia nada há muito tempo, não se concentrou em outra coisa. Achou, por pura inocência, ou lerdeza, não sei, que nada fosse acontecer.
Mas sentiu. Sentiu aquela cor ao redor da menina mudar. Era como se fosse palpável, mas somente pra si mesmo. Tinha textura quase como de marshmallow, uma coisa esponjosa, macia, mas com um pouco de resistência.
E a cor ao redor da menina foi mudando. Quando deu por si, seus dedos ardiam como se pegassem fogo, olhou para as mãos, vermelhas e quentes. Assustada olhou para menina que corria e brincava. Não sabia como, nem sabia porque, mas dobrava sentimentos! Dobrava emoções!
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Kamila Mendes
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