A plumagem, o bico fatal, as garras poderosas, a visão noturna e a simplicidade de ser um dos mais belos e cobiçados animais da terra.
Cobiço sua graça, a beleza de seu voo. Talvez eu queira ser uma ave de rapina e não temer meus inimigos. Ou somente transpirar a sabedoria mitológica.
Mas a única coisa da qual tenho certeza é de suas asas. Não interessa a qual região pertença, as asas ainda vão mais longe. Vão aonde querem. Voam e gozam da liberdade.
Sentir o vento por cada pena, plumagem. Ver do alto o mundo diminuir até sumir. Pousa no topo de uma arvore, em um galho cheio de seiva e observar a escuridão de longe.
A liberdade dentro da escuridão. Não mais temer o escuro, mas fazer parte dele, dominar o medo e voar cortando a noite. Observar as estrelas do topo. Enxergar no meio da noite e ver vida onde todos enxergam o nada.
Voar quando todos dormem. Caçar e me alimentar sem ter medo de ser apenas eu: uma coruja, com belos e grandes olhos, bico encurvado, sabedoria e penas: liberdade.
O encanto da coruja está na liberdade de ser uma das mais poderosas e belas caçadoras. Quero deixar de ser caça e ter o encanto da coruja.
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Kamila Mendes
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