quinta-feira, 26 de abril de 2012

Um pequeno conto!


Hoje o dia foi terrível. Gritos desnecessários, seus colegas estressados brigando. Sua cabeça estourando e o gosto amargo da frustração preenche sua boca e acaba com seu paladar.

Você chega em casa, cansada do trabalho, escola ou faculdade. Toma um banho, almoça e fica pensando como seria bom se contos de fadas acontecessem. Você divaga sobre a possibilidade de príncipes encantados existirem e se decepciona, pois na sua vida só apareceram sapos e declara:

"- Não, contos de fadas não existem!"

Vai até o sofá liga a TV e decide fazer um brigadeiro de panela. Seus cabelos estão soltos sobre os ombros e ainda molhados. Você está usando aquela camiseta velha de flanela e um short jeans velho, desbotado e rasgado e aquele chinelo de dedo gasto enquanto mexe seu brigadeiro, ainda sonhando com um príncipe. Ninguém merece!





Então, toca a campainha. Chateada por saber que, quando você parar de mexer, seu brigadeiro vai embolotar, você simplesmente decide não atender. A pessoa a porta insiste mais três vezes mais você está determinada em terminar o brigadeiro e pensa "-Dane-se o mundo, eu quero sentar com meu brigadeiro, assistir a um bom filme e esquecer meu dia cansativo". E você consegue fazer isso!

No dia seguinte um número desconhecido passa a ligar para seu celular e quando atende uma voz profunda diz que finalmente conseguiu falar com você. Então você pensa "- Mais um idiota passando trote"
No mesmo horário do dia anterior, sua campainha toca de novo e dessa vez não existe motivos para não atender a porta. Então, com toda disposição que tem naquele momento, você se força a caminhar em direção a porta. E quando abre que surpresa: Lá está ele, usando as mesmas roupas que usava no dia da coroação. Um sorriso brinca nos lábios dele e ele diz:

" - Finalmente. Procurei por você por tanto tempo e quando te encontro você simplesmente se recusa a falar comigo?!"

Veja bem, como acreditar que na sua frente está ele. Simplesmente o Rei de Nárnia, dizendo que procurou por você? Sua reação é a mais normal possível: bate a porta com toda a força e procura se acalmar. A campainha toca de novo e baques na porta são ouvidos. Quando abre, lá está ele. O sorriso não está mais lá só um olhar que mescla raiva e curiosidade. Bem, você bateu a porta na cara de um Rei, sinceramente, não esperava que ele aceitasse isso com um sorriso no rosto, esperava?

Você se belisca, pisca os olhos uma porção de vezes incontáveis. Balança a cabeça tentando afastar aquela alucinação e pensa que sua mãe estava certa ao recomendar que você usasse algo para cobrir a cabeça no verão, não importando o calor ou se ia amassar seu cabelo, ao menos você não teria pego uma insolação!
Enquanto remoe esses pensamentos você volta a realidade com a força da gargalhada que ressoa a sua frente. O Rei está rindo de você!

" - Sinceramente de todas as reações essa foi a que nem se quer cogitei!" e continua rindo.

Muito sem jeito, você o convida a entrar. Se desculpa pela falta de conforto e por não ter nada apetitoso para oferecer, afinal, não estava esperando visitas. Ele faz um gesto com a mão que significa, ao mesmo tempo, que não se importa e que você deve se sentar. Após um momento constrangedor em que um silêncio sepulcral fica entre vocês, você pigarreia, pois ele está olhando para você e mais uma vez você não está usando as roupas mais chiques ou caras de seu guarda-roupa, na verdade, justo hoje, escolheu um pijama velho com um rasgo na barriga, que você tanto gosta, e o está usando em plena luz do dia. Deplorável!

Ele percebe sue desconforto e da melhor forma possível anuncia: "- Vim procurando você, pois enviei meus homens de confiança para procurar para mim uma esposa jovem, bonita, esperta, trabalhadora, inteligente e que pudesse governar. Fui a porta de todas elas e prontamente me atenderam, mas você, você é diferente. Simplesmente ignorou as batidas na porta e quando a atendeu nem sequer teve uma reação racional ou deslumbrada. Não sei se isso significa capacidade de raciocínio rápido, medo, falta de responsabilidade ou que você é a pessoa ideal, por ser persistente!"

Sinceramente, você o olha com uma cara de curiosidade, mas em seu interior, ainda está tentando entender a parte de procurar uma esposa e onde você se encaixa nisso! Antes que possa questionar, ele lhe interrompe diz que a tem observado e que você o intriga! Oferece a você o inimaginável: uma vida em Nárnia, casada com um Rei. Vivendo e aprendendo com os próprios narnianos e reinando ao lado de Caspian X.

"-Mas meu senhor, sou só uma jovem! Não terminei os estudos e não sou da realeza! Nada sei de governar e, apesar de amar Nárnia, não seria boa governante, não estou pronta! E sinceramente, não sei se me encaixo na parte de inteligente, esperta e responsável, e só não abri a porta naquele dia porque não queria que meu brigadeiro queimasse! Aprecio seu convite, mas não me conhece, como pode se casar com alguém que não ama!"

"-O amor minha cara, é feito das pequenas coais. É feito do dia a dia, da convivência e estou disposto a aprender a te amar. Se você quiser. Quanto aos estudos, você pode completá-los e há algum tempo atrás, um Grande Leão me disse que por não me sentir preparado é que eu deveria reinar em Nárnia. Aguardo sua decisão, minha princesa!"

Com essa declaração, Caspian se levanta, beija sua mão e parte. Nessa noite sua cama mais parece um campos cheio de espinhos do que um lugar confortável para dormir. O sono não vem e aqueles olhos negros continuam fixos em você e o sorriso brinca nos seus lábios enquanto pena: "- Bom, talvez contos de fadas existam e eu estou em um deles!"

No dia seguinte, não há porque pensar duas vezes, arruma sua mala com as poucas coisas que quer levar: um pijama velho (caso não se acostume com os pijamas reais), seu livro predileto e uma foto sua com sua família. Deixa uma carta para sua mãe e promete visitá-la. Quando toca a campainha, você tem medo de abrir. " - Talvez não seja ele. E se foi um sonho". Então, engole em seco e abre e lá está ele. Seus cabelos longos agitados pelo vento, um brilho em seus olhos por saber que você aceitou e uma mão estendida convidando-a para se juntar a ele. Você pensa novamente: " - Sim contos de fadas existem para mim!" Toma a mão do Rei Caspian, anda ao seu lado e basta olhar para o rosto dele e todo medo e insegurança vai embora e sim, contos de fada existem para você!

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