sábado, 11 de agosto de 2012

Ausência viva


Sentada no chão frio, assistia de sua janela a luzdo dia se despedindo e dando lugar as luzes artificiais da noite. Mas apenas seu corpo assistia ao evento. Sentada encurvada, abraçando os joelhos contra o peito, seus olhos fixos pareciam assistir a despedida do calor do sol, mas uma olhada de perto e se percebia que ela olhava além, olhava pra dentro. Via as barreiras que tentava construir para impedir que os sentimentos transbordem.

Com um esforço, que somente seu coração conhecia, se mantinha calada e serena. Mas qualquer som, qualquer interrompimento fazia com que a raiva vazasse pelas rachaduras na represa que construía.

Com toda sua força, empurrava para olugar mais fundo e obscuro de seu ser todos os sentimentos. Por hora é melhor não sentir nada. Tinha medo, tem medo, de precisar de alguém. Alguém que não estará lá.

Sofrer a dor que permeia seu ser é se tornar fragil e vulnerável e ela não quer sentir necessidade de alguém. Não haverá ninguém pra abraçá-la e dizer que as coisas vão se resolver. Não existe ninguém disposto a perder o sono para secar suas lágrimas. Prefere,então, ficar assim,vazia...momentaneamente se assemelhando a água parada: nenhum movimento, nenhum som. Só aquela calmaria sonolenta e vazia de vida.

Por hora, esse nada é melhor do que a explosão incontrolável do tudo.pretende se manter assimaté ser capaz de lhe dar consigo mesma. Se afastar de tudo, incluindo dos seus próprios sentimentos é sua escolha, o caminho que quer percorrer. Essa estrada é solitária e ela sabe.

Enxuga uma lágrima sorrateira, que escorreu sem permissão, enquanto lambia os lábios vermelhos, mas sem vida. Sentia-se como um deserto árido e pela primeira, vez em algumas semanas, lembrou como era bom estar só!

OBS: O texto foi escrito por mim e é proibido seu uso ou cópia integral, ou de fragmentos, sem a autorização da autora. O mesmo vale para todo e qualquer conteúdo deste blog que seja de minha autoria. Sua cópia ou uso sem autorização é qualificado como plágio, sendo configurado como crime previsto no Código Penal. O infrator está sujeito as punições previstas no Art. 184 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40

2 comentários:

dado disse...

Conhecendo o seu blog através da pagina da nossa amiga Rosa Mattos. Aproveito para elogia-lo e convidar vc a fazer parte do meu circulo de amigos blogueiros. Visite-me e participe da diversas formas em meu site. Um abraço Dado

vendedor de ilusão disse...

Olá Kamila,
Fiquei muito contente com sua visita; senti-me lisonjeado.
Por favor, não deixe de enviar uma poesia sua participando também do Prosas Poéticas, pois será uma honra!
No meu blog ou no meu perfil terás o meu e-mail.
Fico aguardando ansiosamente!
Até mais...