Abriu os olhos com esforço, em busca de alguma claridade que anunciasse o nascer do Sol, mas nada encontrou, exceto a luz cálida e fantasmagórica que vinha do celular. Ignorou o zumbido insistente que vinha do aparelho vibrando embaixo do travesseiro e tentou voltar a dormir. Lutou insistentemente só para descobrir que, quanto mais tentava, mais o sono fugia e mais mensagens chegavam.

Via a vida em cores, não como todo mundo via. Era diferente e não sabia. Provava a veracidade da vida dizendo as palavras pausadamente e tocando suas cores com o paladar. Difícil descrever como fazia isso. Mas fazia. 

“Foi difícil dizer adeus, mas eu tive que fazer. Nada do que disse realmente quis dizer. Queria ter feito o contrário. Ter agido de uma forma diferente. Mas sei que seria errado. Posso ter perdido um amigo tão precioso...” 

Sentada a beira de um penhasco, assistia a chuva cair. Via e sentia o espetáculo da natureza ao seu redor. Presenciava o céu derramando seus pequenos pingentes. Pingentes de ilusão, pensava, com o coração palpitando no ritmo das trovoadas.

Lados opostos de mim mesma. Alguns textos simplesmente me definem, como este de Clarissa Côrrea.Cada palavra que ela escreveu soou tão eu, como se pudéssemos pensar igual...Então, essa sou eu, vista pelos olhos de quem não me conhece e descrita por alguém que descreveu a si mesma. É bom saber que não sou a única a ser dessa forma e mesmo assim sou exclusivamente EU!

É uma luta mental terrível, controlar seu interior para que não estoure na vida de alguém. Não gosto de viver no limiar de um precipicio sem saber a hora de parar ou de pular. Não me sinto bem comigo mesma vivendo nessa montanha russa que nunca para, com declives cada vez maiores e alturas mais absurdas.

Vê se toma jeito coração

Já não foi suficiente todas as dores que você sofreu?

Olha pros teus machucados, você já quase não confia em mais ninguém

Toma jeito...aprende!

Pra quê se machucar mais sonhando com uma vida de ilusões?

Se sonhos fossem de fato bons, porque você acordaria?

Não nascemos para a solidão

Andei pensando esses dias sobre essa afirmação e resolvi escrever esse point of view. É o seguinte. Existem mais de sete bilhões de pessoas no mundo e eu me pergunto porque muitos preferem ficar só. Na minha mente surgem milhões de respostas, entre elas está: prefiro ficar só porque o ser humano é podre!