A vida é uma tela em branco: Quando nascemos, aos poucos vamos
descobrindo pincéis e tintas a nossa disposição.
Quando criança nossa tela é
preenchida com cores vibrantes e variadas, as figuras nem tem formas definidas
e muitas vezes nem existem figuras, apenas rabiscos.
Enquanto crescemos vamos
adicionando forma e volume as nossas pinturas. Às vezes deixam de serem figuras
para se tornar em histórias de aventuras e fantasias. A medida que chega a
adolescência, as tintas utilizadas ganham tons pastéis gradualmente inclinadas
para o cinza. Depende de nossos esforços que as cores voltem a vibrar.
No final da adolescência, início
da vida adulta, nossas pinturas mais parecem um quadro de Picasso: as pessoas
de fora tentam encontrar significado, mas o autor apenas expressou o que sentia.
Quando outras pessoas entram para pintar em seu quadro também complica um
pouco.
No início as imagens seguem um
padrão, caminham juntas para algum lugar. Mas então um outro quadro que precisa
de novas pinceladas aparece e o seu pintor predileto te deixa só. Então,
durante um período suas figuras são sempre em cores vermelho carmim de um
coração partido, ou num grafite profundo do desejo de vingança. Depois de um
tempo, as imagens vão clareando, voltando as suas cores normais, com algumas
influências do artista que a deixou.
Você continua pintando seu
quadro, preenchendo cada mínimo detalhe e quando você menos espera, outras
cores mais intensas aparecem junto com as suas pinceladas. E de repente, não
mais que de repente, o professor da escola de artes celestial lhe enviou um
novo pintor. Suas cores variam do azul bebê, sereno e tranqüilo, passeando pelo
vermelho paixão e terminam no amarelo esperança.
As novas pinceladas se moldam as
suas e as suas cores se misturam as deles e ficam nessa adequação por anos, até
que um novo quadro em branco aparece: pequeno, frágil e então você descobre que
quem te deu os primeiros pincéis e tintas foram seus pais.
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